Queda no preço do petróleo e o impacto nas ações das petroleiras
O petróleo é uma commodity negociada no mercado internacional. Nesse sentido, o preço do petróleo é definido pela oferta e demanda globais, além de ser negociado em dólares americanos (US$). Portanto, a receita das petroleiras está em função, principalmente, de três variáveis: 1) preço do petróleo; 2) volume de vendas; 3) câmbio (dólar americano versus moeda local). Desse modo, mantendo-se constante o volume de vendas e o câmbio, então, é razoável supor que uma queda no preço do petróleo tenha um impacto direto nas ações das petroleiras, pois as receitas futuras tendem a diminuir. Se você possui ações da Petrobras ou das demais petroleiras negociadas na bolsa, confira o nosso texto e fique por dentro do assunto.
Boa leitura.
Queda no preço do petróleo
Na imagem a seguir temos o gráfico do preço futuro do barril de petróleo cru tipo WTI nos últimos 12 meses. No mês de julho de 2024, o barril chegou a atingir a máxima de US$ 84. Porém, atualmente, ele está sendo negociado em torno dos US$ 58. Ou seja, entre o preço máximo observado em julho de 2024 e o preço atual observamos uma desvalorização de 31%.

Vejamos agora o preço futuro do barril de petróleo cru tipo brent nos últimos 12 meses. Através do gráfico, podemos observar que, no mês de julho de 2024, o barril alcançou uma máxima de US$ 87. Entretanto, hoje ele está sendo negociado no patamar de US$ 61. Isso representa uma queda de 30% se comparado ao preço máximo alcançado em julho de 2024.

Com base nos gráficos apresentados, concluímos que ocorreu uma queda brusca no preço do petróleo nos últimos 12 meses. Essa queda resulta de diversos fatores macroeconômicos e geopolíticos, fatores estes que na maioria dos casos fogem ao controle das empresas produtoras de petróleo. Isso faz parte do negócio e é um dos riscos de se investir em empresas produtoras de commodities.
Impacto nas ações das petroleiras
Se o petróleo está em baixa, então, o que podemos esperar das ações das petroleiras? Conforme veremos no gráfico a seguir, a queda no preço do petróleo teve um impacto direto nas ações das petroleiras negociadas na bolsa brasileira: Petrobras (PETR3; PETR4), PRIO (PRIO3), PetroReconcavo (RECV3) e Brava Energia (BRAV3).

Porém, apesar de todas as empresas terem uma forte correlação com o preço do petróleo, observamos que as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) e da PRIO (PRIO3) desvalorizaram bem menos do que as ações da PetroReconcavo (RECV3) e da Brava Energia (BRAV3).
Lifting cost e alavancagem
No intuito de compreendermos os motivos pelos quais as petroleiras tiveram desvalorizações diferentes, precisamos ir além do preço do petróleo e analisar também duas outras variáveis que se referem ao contexto microeconômico das empresas: 1) lifting cost (custo de extração por barril de petróleo); 2) alavancagem (endividamento).
Com base no relatório divulgado pela Genial Investimentos no dia 7 de abril de 2025, apresentamos na tabela a seguir o lifting cost e a alavancagem financeira das petroleiras negociadas na bolsa brasileira.
Empresa | Lifting cost (em US$/barril) | Alavancagem (4T24) |
Petrobras | 6,30 | 1,29 |
PRIO | 11,10 | 1,20 |
PetroReconcavo | 14,50 | 0,80 |
Brava Energia | 17,50 | 2,80 |
A partir dos dados da tabela, podemos notar que a Petrobras e a Prio possuem duas vantagens competitivas importantes quando comparadas a PetroReconcavo e a Brava Energia: 1) elas possuem os menores custos de extração por barril de petróleo; 2) ambas apresentam níveis de endividamento bastante controlados. Portanto, tais fatores justificam a menor desvalorização dos papeis PETR3, PETR4 e PRIO3 versus RECV3 e BRAV3.
Bons investimentos.
Referências
https://www.google.com/finance/?hl=pt