O que é alienação fiduciária?

De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o volume de financiamentos imobiliários atingiu o valor recorde de 312,4 bilhões de reais no final de 2024. Ou seja, um aumento de 24,7% em relação ao ano de 2023. Isso nos surpreende dado que a taxa básica de juros está acima de dois dígitos. Ou seja, os brasileiros estão com apetite para financiar a casa própria, mesmo com os juros elevados. Se você pretende financiar a casa própria ou está pagando um financiamento imobiliário, então, você precisa compreender o que é alienação fiduciária. Confira uma explicação detalhada sobre o tema através do nosso texto.      

Boa leitura.

Alienação fiduciária

Quando contratamos um financiamento junto ao banco para comprar um imóvel, então, o imóvel fica como garantia do financiamento até quitarmos a dívida. Isso é a alienação fiduciária. Note que, o principal negócio do banco é oferecer crédito e não imóveis. Eles são apenas um meio seguro para o banco emprestar dinheiro. 

Nesse sentido, quando deixamos de pagar o financiamento e não renegociamos a dívida com o banco, então, ele reivindicará a posse do imóvel para colocá-lo em leilão. Ou seja, o banco é o proprietário do imóvel até você liquidar a dívida. No entanto, você pode usufruir do direito de morar no imóvel. Assim, em vez de pagar aluguel pelo imóvel, você está pagando aluguel pelo dinheiro do banco.

Histórico da taxa de juros do crédito imobiliário para pessoas físicas. Fonte: Banco Central do Brasil.

A dinâmica do financiamento imobiliário

Suponha que você contratou um financiamento imobiliário de 200 mil reais no sistema PRICE com uma taxa de juros nominal de 10% ao ano por um prazo de 30 anos. Nessas condições, se você não efetuar nenhum pagamento extra a título de amortização do saldo devedor, o montante de juros será igual a 409 mil reais. Ou seja, você pagará por dois imóveis, mas ficará com apenas um imóvel. Portanto, é fundamental ter uma grana extra para ir amortizando periodicamente o saldo devedor. Além disso, cabe destacar que os juros e a amortização compõe apenas uma parte da prestação do financiamento imobiliário.

De fato, quando analisamos detalhadamente a prestação de um financiamento imobiliário, notamos que ela é o somatório dos seguintes valores: 1) juros; 2) correção monetária; 3) amortização; 4) seguros; 5) taxa de administração dos seguros. Logo, no caso do exemplo apresentado no parágrafo anterior, concluímos que os encargos totais do financiamento atingirão um valor superior a 409 mil reais e o custo efetivo total será maior que 10% ao ano. Embora possa parecer injusto, observe que, o banco aceita assumir o risco atrelado ao empréstimo do dinheiro e ao uso do imóvel por 30 anos, apesar dos altos e baixos que poderão ocorrer na sua vida financeira.

Evolução da inadimplência no crédito imobiliário para pessoas físicas. Fonte: Banco Central do Brasil.

O que acontece após a quitação do financiamento?

O banco emite o termo de quitação do financiamento. Por exemplo, se você possuía um financiamento imobiliário e conseguiu quitá-lo, então, agora você é o proprietário do imóvel e ele já não se encontra em alienação fiduciária. No que se refere ao registro do imóvel, você deverá levar o termo de quitação do financiamento no cartório onde ele está registrado. Isso se faz necessário pois é preciso atualizar a matrícula do imóvel. Com efeito, o banco já não é mais o fiduciário e você já não é mais o fiduciante.    

Bons investimentos.

Referências

https://www.bcb.gov.br/estatisticas/mercadoimobiliario

https://www.registrodeimoveis.org.br/financiamento-imobiliario-bate-recorde-em-2024?fe=2#:~:text=Recorde%20hist%C3%B3rico%20no%20cr%C3%A9dito%20imobili%C3%A1rio,%2C3%25%20sobre%202023.%20%3F

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