O paradoxo da liquidez no mercado de ações 

A liquidez é uma das principais características do mercado de ações. Porém, a facilidade para converter ações em dinheiro estimula a especulação e o pensamento de curto prazo. Nesse sentido, os investidores com foco no longo prazo devem ter cautela ao lidar com a liquidez do mercado de ações. Fique conosco até o final do texto e confira as nossas considerações sobre o tema.

Boa leitura.

A liquidez no mercado de ações 

As ações representam participações em ativos reais. Quando adquirimos ações nos tornamos sócios de empresas. Elas empregam pessoas, pagam impostos e geram riqueza econômica. Desse modo, o mercado de ações se configura, não apenas como um mecanismo de captação de recursos para as empresas, mas também como um ambiente no qual é possível comprar e vender participações nessas empresas. 

Portanto, a liquidez no mercado de ações é algo positivo, dado que a facilidade para converter dinheiro em ações e vice-versa, é algo que, teoricamente, estimula a participação das empresas e dos investidores nesse mercado. Por exemplo, no caso da compra de ações, assim que você fecha o negócio, o ativo já faz parte da sua carteira. Já no caso da venda, o dinheiro entra na conta em dois dias úteis (D+2). Isso é muito rápido se comparado ao tempo necessário para concluir a venda de um imóvel.

O paradoxo da liquidez no mercado de ações 

Na minha opinião, a liquidez no mercado de ações representa um paradoxo para o investidor de longo prazo. Ela é boa e ruim. Note que, as cotações representam fatores de conversão que são apresentados pelo mercado. É como se a todo momento o mercado perguntasse ao investidor se ele está disposto a converter suas ações em dinheiro pelo preço de mercado. Essa é a contrapartida da liquidez. Porém, todo ativo possui um valor intrínseco. Nesse sentido, eu considero que na maior parte do tempo, o valor intrínseco de uma empresa não condiz com o seu valor de mercado. Seja para mais ou para menos.   

Se você fosse dono de uma padaria, você estaria interessado em saber o valor de mercado da padaria toda hora?

Por exemplo, suponha que você seja dono de uma belíssima padaria que gera lucros recorrentes. Você estaria preocupado em saber qual é o valor de mercado da padaria de hora em hora de segunda à sexta das 10 às 17 horas? Eu creio que não. Mas, e se a padaria apresentar um aumento ou queda nos lucros em um determinado mês, de modo que isso modifique bruscamente o seu valor de mercado? Eu creio que ainda assim você não estaria interessado em saber a oferta do “Sr. Mercado”. Provavelmente você acredita no negócio, bem como no seu potencial de crescimento. 

Conclusão 

O que faz sentido fora da bolsa de valores por vezes é difícil de ser interpretada a partir dela. Logo, na maior parte do tempo, a melhor atitude a ser tomada pelo investidor de longo prazo é se distanciar do mercado e do home broker. Vale muito mais a pena andar pela rua e enxergar a economia como ela é na realidade. 

Warren Buffett, o maior investidor da bolsa norte-americana, nos ensinou que “não há diferença alguma entre possuir participações acionárias minoritárias em um negócio ou ser o único dono”. Por outro lado, Luiz Barsi, o maior investidor da bolsa brasileira, também ofereceu uma valiosa contribuição neste tema ao afirmar que “o acionista é um pequeno sócio de um grande negócio”. Portanto, siga os mestres e não o mercado.

Bons investimentos.

Referências

https://www.b3.com.br/pt_br/institucional

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

1 × 1 =